sábado, 22 de janeiro de 2011

Depois da Chuva


Todo ano se repete esta trágica rotina. Todo ano tem verão; todo verão tem chuvarada, chuvarada causa enchente e desmoronamento, enchentes e desmoronamentos causam mortes e destruição. Este ano não foi diferente, foi pior. Mais de 800 mortos, fora os que nunca serão encontrados. Bilhões de reais em prejuízos; anos para reparar o que foi destruído.

Não é difícil achar os responsáveis por tamanha destruição. O mais fácil é culpar a Natureza, choveu demais. Declarações do tipo nunca antes na historia deste país choveu tanto ou não dá para solucionar problemas em um dia foram escutadas em várias partes.

Tudo isso tem sua parte de verdade. Mas tem mais por traz disto. Pode-se dizer que há dois principais culpados pelas tragédias; deste e de outros anos.

Em primeiro lugar as próprias vítimas. Pode parecer cruel culpar quem sofreu na carne a tragédia, mas na maioria dos casos estas pessoas estavam em áreas de risco. Ou seja; estavam em locais que mais cedo ou mais tarde iriam ter problemas. Mais que áreas de risco são áreas de certeza, com certeza irão ter problemas.

Mas eu acho que o principal culpado é o poder público. A maioria das pessoas ocupa estas áreas por ignorância ou por necessidade. Outras por ganância. Mas o poder público nos três níveis; federal, estadual e municipal tem a obrigação e os instrumentos legais para evitar que as pessoas ocupem estas áreas ou para retirar quem estiver ocupando indevidamente.

Ou seja; o poder público é responsável por continuar a existir gente em áreas que podem levar á morte e destruição.

Mas mais importante do que achar responsáveis é evitar que estas tragédias se repitam.

Fiquei surpreso de forma positiva com as atitudes da presidente. Não só foi rapidamente ver os estragos no próprio local como propôs ações de prevenção. E mais, começou a cobrar a responsabilidade dos prefeitos e governadores por estas ações de prevenção. Tomara que as tragédias deste ano tenham sido o suficiente para tirar as autoridades da inércia e do acomodamento que até aqui tem sido antes a regra do que a exceção.

Mas nós também temos que fazer a nossa parte. Não invadir ou ocupar as áreas de risco. Denunciar invasões. Cobrar do poder público; município, estado e governo federal, que estas áreas sejam desocupadas; Cobrar planos de prevenção; treinamentos de emergência; enfim , ações preventivas.

Tudo isso para que todo ano continue tendo verão, mas que verão não seja mais sinônimo de tragédia.

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